Sífilis - Testes Treponêmicos e Não Treponêmicos - Tira o Jaleco

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22/08/2017

Sífilis - Testes Treponêmicos e Não Treponêmicos


A sífilis é uma doença infecciosa humana causada por uma bactéria extracelular em forma de espiroqueta, o Treponema pallidum. Sua principal via de transmissão é através do contato sexual, mas também pode ser transmitida verticalmente para o feto durante a gestação de uma mãe infectada e não tratada (sífilis congênita), podendo ocasionar morte fetal e defeitos congênitos além da infecção. Outra possível via de transmissão é através de transfusão sanguínea infectada, o que hoje é praticamente eliminada através de triagem sorológica de rotina nos Hemonúcleos.
Essa doença possui uma evolução lenta, varia de períodos sintomáticos e assintomáticos quando não tratada e é dividida em três fases: sífilis primária, sífilis secundária e sífilis terciária.
A sífilis primária caracteriza-se por uma lesão única e indolor no local da entrada da bactéria, o cancro duro, o qual contém secreção serosa e muitos treponemas. Ela ocorre após a infecção durante um período de incubação de 10 a 90 dias. Esta lesão pode ter cura espontânea em um período de 2 a 6 semanas.
A sífilis secundária desenvolve-se caso a primária não seja tratada. Nessa fase, a doença afeta regiões como a pele (principalmente das palmas das mãos e plantas dos pés), a cabeça, área do pescoço e trato gastrintestinal. A infecção, se não tratada, entra no período latente não apresentando manifestações clínicas.
Já a sífilis terciária pode levar anos para se manifestar, e quando isso acontece é em forma de inflamação e destruição de tecidos e ossos, sendo os mais graves os casos de sífilis cardiovascular e neurossífilis.

Para identificação da doença são realizados testes sorológicos divididos em testes não treponêmicos e testes treponêmicos.
                            
Testes Não Treponêmicos

Os testes não treponêmicos detectam anticorpos não específicos dirigidos contra um complexo de lecitina, colesterol e cardiolipina (sendo a ligação destes componentes denominada micela). Dentre eles destacam-se o VDRL e o RPR, que são utilizados para triagem de T. pallidum.
Os anticorpos não treponêmicos presentes na amostra ligam-se às cardiolipinas das micelas, resultando em floculação (observada em microscopia).

O VDRL é um teste de floculação para diagnóstico da sífilis através da pesquisa de anticorpos (reagininas) no soro, plasma ou líquido céfalo-raquidiano. Quando a suspensão antigênica do VDRL é misturada a uma amostra positiva, as partículas de antígeno floculam. Ausência de floculação indica resultado negativo.

Fig. 1: VDLR - Floculação Positiva (amostra pura)

O RPR é uma forma modificada do VDRL. Também é um teste de floculação no qual pesquisa anticorpos no soro ou plasma. Contudo, este teste não treponêmico contém partículas de carvão, o que possibilita a leitura macroscópica dos resultados.

Fig. 2: RPR – Floculação Positiva (amostra pura) 


Testes Treponêmicos

Os testes treponêmicos são testes específicos para infecção por treponemas. Dentre eles destacam-se o FTA-Abs, Teste de Micro-Hemaglutinação e Aglutinação Direta além do ELISA.

O FTA-Abs é um dos mais sensíveis e específicos testes empregados na sorologia da sífilis. Ele baseia-se na ligação dos anticorpos anti-Treponema pallidum presentes no soro ao antígeno fixado na lâmina e são revelados por uma antigamaglobulina humana marcada com isotiocianato de fluoresceína. Essa interação antígeno-anticorpo é observada através de microscopia óptica com fluorescência.


Os testes não treponêmicos positivos devem ser confirmados por meio dos testes treponêmicos.




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