Anticorpos Monoclonais - Tecnologia dos Hibridomas - Tira o Jaleco

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13/09/2017

Anticorpos Monoclonais - Tecnologia dos Hibridomas


Os anticorpos monoclonais (também conhecidos como mAb) são derivados de um único clone de linfócito B. São estruturalmente idênticos e possuem alta especificidade e afinidade por reconhecerem um único epítopo.

Os primeiros anticorpos monoclonais foram descritos em 1975 pelos pesquisadores Georges Kohler e Cesar Milstein, e foram produzidos através da tecnologia dos hibridomas.

Tecnologia dos Hibridomas:

Primeiramente, camundongos (principalmente da linhagem Balb/c - por serem isogênicos) são imunizados com um antígeno X (aquele que se deseja produzir um anticorpo anti-X). Geralmente são realizadas 4 imunizações com intervalos de aproximadamente 15 dias entre cada imunização.

Após este perído, as células do baço destes animais são isoladas e fundidas com células do mieloma. Essa fusão das membranas é facilitada por um agente químico surfactante chamado Polietilenoglicol (PEG). Uma vez fundidas, temos então a formação dos hibridomas.

A seleção destes hibridomas é realizada in vitro em meio HAT. Para entendermos melhor como funciona, precisamos ressaltar alguns pontos:

A maioria das células possui duas vias de síntese de purinas: a Via da Salvação (que utiliza a enzima HGPRT hipoxantina-guanina fosforribosiltransferase)  e a Síntese de Novo (que necessida do Tetra-Hidrofolado - coezima derivada do ácido fólico). As células do mieloma são deficientes em HGPRT e, por esta razão, sobrevivem utilizando a síntese de novo de purina. O meio HAT possui aminopterina, fazendo com que o tetra-hidrofolado deixe de ser sintetizado, resultando na morte da célula por privá-la da sua única via de sobrevivência.

Resumindo, as células do mieloma morrem em meio HAT e as células do baço não fundidas morrem naturalmente por possuirem um curto período de vida. Assim, apenas as células híbridas sobrevivem e são selecionadas.

Após esta etapa, são realizadas diversas diluições com objetivo de plaquear (em placa de 96 poços) 1 clone de célula por poço. Para confirmar a produção do anticorpo monoclonal de interesse, é feito um ELISA utilizando o sobrenadante da cultura. Uma vez positivo, estes clones produtores de anticorpos monoclonais anti-X serão expandidos em cultura. Por fim, esses anticorpos devem ser testados quanto à sua eficácia contra o antígeno de interesse.

Tipos de Anticorpos Monoclonais:

- Murinos;
- Quiméricos;
- Humanizados;
- 100% humanos.

Exemplos de Aplicações:

- Identificação de marcadores fenotípicos;
- Imunodiagnóstico
- Detecção de tumores;
- Transplantes;
- Imunização;
- Tratamentos (câncer, doenças autoimunes, inflamatórias e infecciosas).



Bibliografia Recomendada:

Abbas, A. K., Lichtman, A. H., & Pillai, S. Imunologia celular e molecular. 7 ed. Rio de Janeiro: Elsevier Brasil, 2012.


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