Fenotipagem ABO e Rh (Prática) - Tira o Jaleco

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30/05/2018

Fenotipagem ABO e Rh (Prática)


A fenotipagem ABO e Rh é muito importante na prática transfusional para evitar reações transfusionais hemolíticas devido a incompatibilidade sanguínea. O sitema Rh possui um grande interesse clínico por estar relacionado a essas reações transfusionais hemolíticas além da eritroblastose fetal.

Existem dois mecanismos para determinar a fenotipagem ABO: a prova direta e a prova indireta (ou reversa). A prova direta corresponde à pesquisa de antígenos A e/ou B na membrana da hemácia utilizando anticorpos comerciais específicos anti-A, anti-B e anti-AB, no qual ocorre reação de aglutinação quando positivo. A prova indireta, por sua vez, tem a finalidade de buscar por anticorpos regulares no plasma ou soro utilizando hemácias comerciais A e B, também por reação de aglutinação.

O sistema Rh é o mais importante do ponto de vista transfusional (depois do sistema ABO). Entre os principais antígenos do sistema Rh, destacam-se: DC/c e E/e. Destes 5 antígenos, o D é o principal deles pela imunogenicidade, pois é capaz de induzir a produção de aloanticorpos devido à sensibilização por transfusão ou gestação. 


NA PRÁTICA:

Materiais:
- Amostra de sangue;
- Anticorpos comerciais (prova direta);
- Hemácias comerciais (prova reversa).

A) Separação de hemácias do soro e lavagem das hemácias com solução salina (0,9%):

1- Centrifugar a amostra de sangue do paciente, por 5 minutos a 4.000 rpm. Separar o soro (por aspiração) e reservá-lo para a prova reversa;

2- Adicionar ao concentrado de hemácias solução salina (0,9%) até 1 cm da borda e tampar;

3- Homogeneizar por inversão e centrifugar por 1 min. a 3.400 rpm;

4- Retirar completamente o sobrenadante por aspiração;

5- Repetir os itens 3 e 4 por mais duas vezes (total de lavagens: 3).

As três lavagens são importantes para reduzir a taxa residual, removendo proteínas plasmáticas, e também para verificar a integridade das hemácias, observadas pela presença ou ausência de hemólise.

B) Preparação da suspensão de hemácias a 2,5% (do paciente) em solução salina (0,9%):

1. Em outro tubo devidamente identificado (Hem. 2,5%) colocar 3,9 mL de solução salina e adicionar 100 µL do concentrado de hemácias lavadas (item A). Homogeneizar bem antes da realização das etapas seguintes.

O objetivo da preparação de hemácias a 2,5% é reduzir a quantidade de antígenos para manter uma proporção de antígenos e anticorpos a fim de favorecer uma ideal interação entre eles, evitando resultados falso-negativos. Para o cálculo, foi utilizada a fórmula C1xV1 = C2xV2.

C) Prova direta/sistema ABO e determinação do fator Rh: 

1- Identificar os tubos com (total 5 tubos/paciente): 
Sistema ABO: anti-A, anti-B e anti-AB (anticorpos monoclonais IgM+IgG) 
Sistema Rh: anti-D e C (controle Rh) 

2- Adicionar, em seus devidos tubos, 1 gota do reagente anti-A, anti-B, anti-AB, anti-D OU do controle Rh;

3- Adicionar 50 µL da suspensão de hemácias a 2,5% (do paciente) em cada tubo (item B). Homogeneizar;

4- Centrifugar os tubos por 1 min. a 1000 rpm;

5- Ressuspender delicadamente o botão de hemácias e ler macroscopicamente as reações de aglutinação;

6- Interpretar e anotar os resultados.

PARA O SISTEMA Rh: se o resultado for negativo ou duvidoso (pode ocorrer com amostras D fracos/Du), incubar o tubo por 15 min a temperatura ambiente. Após incubação repetir as etapas 4 e 5. 

IMPORTANTE: Se após esta etapa o resultado ainda for negativo para fator Rh, é necessário pesquisar o fenótipo D fraco (Du) e D parcial (DVI) por meio da técnica de Coombs indireto

D) Prova indireta ou reversa/sistema ABO:

1- Identificar os tubos com (total 2 tubos/paciente): HA e HB;

HA e HB são suspensões de hemácias conhecidas dos grupos A e B, respectivamente – hemácias teste.

2- Adicionar 50 µL do soro do paciente (separado no item A) em cada tubo;

3- Adicionar aos tubos HA e HB 50 µL de suspensão de hemácias-teste HA e HB, respectivamente. Homogeneizar;

4- Centrifugar os tubos por 1 min. a 1000 rpm; 

5- Ressuspender delicadamente o botão de hemácias formado e ler macroscopicamente as reações de aglutinação;

6. Interpretar e anotar os resultados. 

RESULTADOS: Anotar (+) para presença de aglutinação e (-) ausência de aglutinação




Resultado: Paciente do tipo sanguíneo A-


REFERÊNCIAS:

BRASIL. Hemocentro de Campinas. Manual básico de orientações de transfusão do laboratório de compatibilidade. Campinas, 2010. 

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