Sistema EPM - MILi - Citrato - Tira o Jaleco

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05/09/2016

Sistema EPM - MILi - Citrato



Os testes de EPM, MILi e Citrato são triagens bioquímicas de enterobactérias Gram negativas.

O EPM contém os testes de fermentação e produção de gás a partir da glicose, produção de H2S, hidrólise da ureia e deseminação do triptofano. As características observadas no meio são representadas da seguinte forma:
                               
a)    Produção de gás: presença de bolhas, rachaduras ou deslocamento do meio no tubo;
b)   Produção de H2S: enegrecimento do meio em qualquer intensidade;
c)    Hidrólise da ureia: aparecimento de cor azul na base do meio;
d)   Desaminação do Triptofano: aparecimento de cor verde garrafa na superfície do meio. Quando a reação é negativa, a superfície adquire cor azul ou amarela.

O MILi contém os testes de motilidade, indol e descarboxilação de lisina. As características observadas no meio são representadas da seguinte forma:

a)    Motilidade ou movimento: quando a bactéria é móvel, nota-se crescimento além da picada turvando parcial ou totalmente o meio. Bactérias imóveis crescem somente na linha da picada;
b)   Descarboxilação da lisina: quando a lisina é descarboxilada o meio adquire cor púrpura arroxeado. Quando a lisina não é descarboxilada o meio adquire cor amarela nos seus 2/3 inferiores;
c)    Produção do indol: após a leitura dos testes de motilidade e lisina, são adicionadas 5 gotas do reativo de Kovacs no tubo. Quando a bactéria produz indol, o reativo adquire cor vermelha ou rosa. Quando a bactéria não produz indol, o reativo continua amarelo.


O Citrato permite a identificação de espécies que utilizam citrato como única fonte de carbono, e essa utilização é revelada pelo aparecimento da cor azul na superfície do meio. Quando negativo, a cor mantém-se inalterada.

Observação: a análise da fermentação da lactose é observada préviamente aos testes bioquímicos, através da mudança da coloração do meio de cultura Mac Conkey, por exemplo. Neste caso, quando uma bactéria é considerada lactose positiva, o meio torna-se cor de rosa. Se tratar-se de uma bactéria lactose negativa, o meio, que é vermelho, ficará desbotado (tom de marrom claro).

Para identificação da bactéria, segue-se uma sequência de algarismo (ilustrada na tabela 1), sendo o resultado identificado na Tabela Interpretativa de Identificação de Bactérias (presente no kit).

Tabela Interpretativa de Identificação de Bactérias

Para exemplificar, trouxe uma análise real para identificação de enterobactérias. 
Neste caso foi realizado um exame de urocultura, no qual  utilizou-se o meio de cultura Mac Conkey (seletivo para bactérias Gram negativas - enterobactérias e não fermentadores - e diferencial pela fermentação da lactose).

Após 24 horas de incubação em estufa a 37º , foi observado o crescimento de colônia pura (indicando a presença de bactéria Gram negativa) e a mudança de coloração do meio para rosa, o que significa o consumo da lactose.


Para dar continuidade às análises, seguiram-se com os testes de EPM-MILi-Citrato, utilizando colônias do meio Mac Conkey. Para os três tubos, foi usada uma agulha de inoculação previamente flambada.

EPM: pica e estria;
MILi: apenas pica;
Citrato: apenas estria. 

Os tubos foram levados para estufa a 37º por 24 horas.


Após 24 horas, foi realizada a leitura visual:

EPM: não houve presença de bolhas no meio, negativo para formação de gás. Não houve enegrecimento do meio, negativo para formação de H2S. A base do meio tornou-se azul, positivo para hidrólise da ureia. A superfície do meio tornou-se azul, negativo para desaminação do triptofano.

MiLi: houve crescimento além da picada, mas o meio não ficou turvo, por isso foi considerado motilidade negativa. O meio tornou-se roxo, o que significa que a lisina foi descarboxilada. Após adicionar 5 gotas do reativo de Kovacs, o reativo continuou amarelo, indicando indol negativo.

Citrato: o meio tornou-se azul, indicando utilização do citrato.

RESULTADO: 443, indicativo de Klebisiella pneumoniae.


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